segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dês Desejo


FILHOS DO DÊS-DESEJO!


SINTO FOME...


Sujo


Mas a poesia não existia ainda
Plantas. Bichos. Cheiros. Roupas.
Olhos. Braços. Seios. Bocas.
Vidraça verde, jasmim.
Bicicleta no domingo.
Papagaios de papel.
Retreta na praça.
Luto.
Homem morto no mercado
sangue humano nos legumes.
Mundo sem voz, coisa opaca.

Ferreira Gullar

Cantoria


Chorei
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral
Não fica no chão
Nem quer que mulher


Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda
E não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cara a cara com Poema Sujo - Gullar



 
Sentada costura um lindo colar...
Peito/Barriga/Boceta/Cú/Sovaco
Corpos...o meu, o seu, mães, filhos, vendidos, grandes, caídos, amarelos, cabeludos, ensurdecidos, fedidos, comprados, humilhados, sacaneados, mudos.
Busca pelo equilíbrio.
Um corpo que ainda não existe, mas já terá seu molde.
A teoria, por si só, tem pouco a alcançar nesse corpo.
Carne, músculos, vísceras...
Viscéras...viscerás...
Overdose de Blá-blá-bláção.
São as contra-rimas.
Das pessoas as coisas.
O tempo perdeu a coerência e o passado impõe sua contemporaneidade.
A não concretude do homem.

domingo, 27 de novembro de 2011

Afogando em contradições...
Ator/poeta/investigador/
Experimental.
Re-inventar o re-inventado para novamente se re-inventar.
Ser o que não são.
Viver onde sou colocada, fronteira aberta a divagação.
Corpo/carne/vísceras/coração/arrotos/sudorese/pulsar
Corpo em ação

Posicionamentos/identidades sempre em movimento
Permita-me
Travestimento sociocultural
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